terça-feira, 8 de maio de 2012

Paul McCartney - Grande show em Florianópolis


Meu ingresso do show do Paul McCartney

Após publicar várias notícias aqui no blog, resolvi voltar a colocar experiências e opiniões para vocês, leitores. Sei que faz algum tempo já que ocorreu o show de Paul McCartney em Florianópolis - foi no dia 25 de abril e hoje é 8 de maio - mas mesmo assim eu gostaria de tecer alguns comentários sobre o excelente show do ex-Beatle.

Mesmo aos 69 anos, esbanja simpatia e fôlego para tocar por quase 3 horas na sequência. Para ser mais exato, a apresentação teve 2h49min de duração, começou às 21h31min e terminou exatamente às 00h20min.

Tenho bastante a dizer sobre o show, então separei em partes. A primeira fala de alguns problemas com relação à organização. A segunda, sobre o concerto em si. E, em seguida, mais outras considerações.

Problemas com relação à organização

Apesar do show ter sido sensacional, é uma pena que tenha acontecido certas coisas que poderiam ser evitadas pela organização. Não pude deixar de notar que para o setor em que eu fui, e para outros que ouvi falar também, foram vendidos mais ingressos do que a capacidade do local. Fiquei na arquibancada e lá várias pessoas tiveram que ficar em pé porque não havia mais lugares sentados disponíveis.

Além desse ponto negativo, a saída do estádio foi muito dificultada. Para os estacionamentos, havia um esquema montado que para a chegada se mostrou bastante eficaz. Haviam bolsões longe do estádio, a Ressacada, para se deixar o carro. Daí pegava-se um ônibus gratuito até o local certo da apresentação.

O problema é que na saída, estavam enchendo um ônibus de cada vez, além de ter uma fila separada da que eu estava que andava mais rápido, pois recebia mais conduções a serem preenchidas. Então cerca de 20 mil pessoas, ao total eram 30 mil, mas acredito que nem todas tiveram esse problema, principalmente quem estava no camarote, tiveram de entrar uma por vez enchendo o ônibus em direção ao bolsão.

Resultado dessa confusão foi que eu consegui pegar o meu ônibus em direção aos bolsões somente às 2h40 da madrugada, ou seja, mais de 2 horas depois do fim do show! Não sei quem foi que organizou isso, mas, com certeza, foi um erro gigantesco de organização.

Paul McCartney é excelente no palco!

Deixando de lado os problemas, falei para várias pessoas depois que o show valeu cada centavo que paguei pelo ingresso. Foi realmente muito emocionante ver um ex-Beatle ao vivo no palco. Volto a frisar que Paul McCartney tem um preparo físico de dar inveja a muita gente. Com 69 anos de idade, demonstrou simpatia e alta qualidade musical em todo o show.

O set list segue uma tendência que já vem de outras apresentações, assim como do DVD "Good Evening New York", do qual já fiz uma resenha no post Paul McCartney - Good Evening New York . O show pode ser dividido em duas partes.

A primeira é composta basicamente por músicas da carreira solo menos conhecidas com uma ou outra mais conhecida para dar uma agitadinha. Nesse momento da apresentação, Paul McCartney introduziu algumas canções de seu mais recente CD, "Kisses On The Bottom", inclusive a música de trabalho "My Valentine".

Depois de pouco mais de uma hora de show, a coisa esquenta. É sucesso atrás de sucesso, principalmente para quem conhece bem a história dos Beatles e os principais hits da carreira solo de sir Paul. Com certeza, grande parte do público, que era formado por variadas idades (me chamou a atenção a quantidade de cinquentões e sessentões), conhecia muitas das tocadas, mesmo que fosse sua versão em português.

Para mim, a música mais emocionante foi a que mais gosto de Paul McCartney: "Live And Let Die". É da carreira solo dele já, mas é transformada num verdadeiro show pirotécnico encaixado de forma estratégica dentro da canção que chega a configurar até mesmo um elemento sonoro também e não apenas visual.

Para se ter uma noção do que foi, separei um vídeo de quando Paul tocou em São Paulo na turnê anterior. Há vários vídeos no Youtube da apresentação de Florianópolis propriamente dita, mas uma gravação em melhor qualidade ajuda na visualização.



Eu estive notando que Paul McCartney insere em seu show pelo menos uma música de quase cada álbum de estúdio dos Beatles:

"I Saw Her Standing There", de "Please Please Me" (1963);
"All My Loving", de "With The Beatles" (1963);
"And I Love Her", de "A Hard Day's Night" (1964);
"Yesterday", de "Help!" (1965);
"Drive My Car", de "Rubber Soul" (1965);
"Eleanor Rigby" e "Got to Get Into My Life", de "Revolver" (1966);
"A Day In The Life", de "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club" (1967);
"Magical Mistery Tour", do álbum de mesmo nome de 1967;
"Back In The U.S.S.R.", "Ob-La-Di Ob-La-Da" e "Black Bird", do White Album (1968);
"Yellow Submarine", da trilha sonora do filme de mesmo nome de 1969;
"Something" e quase a sequência final do disco "Abbey Road" (1969): "Golden Slumbers / Carry That Weight / The End";
"Let It Be", "I've Got A Feeling", "The Long And Widing Road" e "Get Back", de "Let It Be" (1970)

Não me recordo de nenhuma canção de "Beatles For Sale", de 1964. Há ainda mais algumas músicas famosas dos Beatles, como "Lady Madonna" e "Day Tripper", que também estavam no set list.

Com tudo isso, já dá para se ter uma noção de como foi o show. Quero destacar algumas faixas já citadas. "Yellow Submarine" foi tocada por Paul McCartney sozinho, e apenas um trecho dela, em homenagem ao baterista dos Beatles, Ringo Starr. Isso aconteceu depois do baixista homenagear o guitarrista da antiga banda, George Harrison cantando "Something".

Paul também celebra John Lennon ao fazer o público cantar "Give Peace A Chance", faixa da carreira solo de Lennon pós-Beatles. O baixista fez também a galera de Florianópolis cantar junto o famoso "Na Na Na" no final de "Hey Jude", mais um ponto alto entre tantos naquela noite de 24 de abril.

Da carreira pós-Beatles, pode-se destacar ainda "Band On The Run", "Maybe I'm Amazed", "Hope of Deliverance" e "Let Me Roll It".

Frases em português

Saiu em vários noticiários da época, mas não posso deixar de comentar as várias frases ditas (lidas) em português durante a apresentação. Paul McCartney falou muito mais do que o tradicional "Floripa!!!!" - que também ouvi de Beyoncé e Black Eyed Peas. Ele também se preocupou em procurar algumas gírias locais.

Com tudo isso, pudemos ouvir sir Paul falando em "Hey Jude" frases como "Só os homens!", "Só as mulheres" e "Só as gatinhas!". Em outros momentos falou "Vocês são massa!", "Olá manézinhos" e até uma gíria que eu desconheço: "Tudo groove?", que imagino que seja coisa de surfista...

Interessante notar que Paul, após ler a primeira frase em português, olhou para a plateia procurando aprovação de que estava falando certo. Em outro momento, depois de uma música, chegou a olhar para o papel, mas acabou desistindo de tentar o português.

Não só Paul McCartney esbanjava simpatia como também os demais músicos da banda. Em "I've Got A Feeling", a parte que era cantada por John Lennon agora é interpretada por Rusty Anderson, guitarrista; mas na frase da música que diz sobre cabelo quem canta é o careca baterista Abe Laboriel Jr.. O grupo é formado ainda pelo guitarrista e baixista Brian Ray e pelo tecladista Paul Wix Wickens.

Final

Após duas saídas, ou seja no segundo bis, Paul McCartney retornou ao palco para finalizar o show. Como no DVD já citado "Good Evening New York", o ex-Beatles tocou a sequência quase no final de "Abbey Road" para fechar: "Golden Slumbers / Carry That Weight / The End".

Depois de quase três horas de show, todos estavam extasiados com tanta emoção. Repito o que escrevi no início. Vale cada centavo.


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Avaliação - 5
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