Luiz Melodia e Frejat cantam no aniversário de Joinville


foto: Renato César Ribeiro

Ontem cheguei ao Centreventos Cau Hansen por volta das 20h20min. Esta seria a principal comemoração do aniversário de 158 anos de Joinville. As grandes atrações da noite eram Luiz Melodia e Frejat. Para a minha surpresa, o local não estava nem perto de ficar lotado. Quem não foi, perdeu uma bela oportunidade de acompanhar dois espetáculos de primeira linha por um preço bem acessível: R$ 10,00; estudantes e idosos pagavam R$ 5,00.

Logo na entrada, o prefeito de Joinville, Carlito Merss (PT), demonstrava toda a sua simpatia em cumprimentar quem quisesse com um largo sorriso no rosto. Este, aliás, tem sido uma característica do governante: em eventos, sempre de bom humor verdadeiro. Ele mostra como está feliz em chegar ao posto que lutou por 20 anos. Como não poderia deixar de ser, usava uma camisa vermelha, da cor de seu partido.

Quando entrei no local do show propriamente dito, a apresentação da banda local Trivial já havia passado. Escutávamos as últimas canções tocadas pela Canela Brasil, também de Joinville. O competente grupo desfilou uma música de Bob Dylan, uma cover de Chico Science & Nação Zumbi, "Manguetown", e, para fechar, a composição própria que dá nome ao disco "Aqui Ou Lá".

Não demorou muito para o violonista Renato Piau sentar em uma cadeira e começar a destilar toda a sua habilidade para a entrada de um dos maiores ícones da música popular brasileira: Luiz Melodia. Vestido de branco e com seu longo cabelo rasta preso, o cantor e compositor carioca desfilou clássicos como "Pérola Negra", "Estácio, Holly Estácio" e "Negro Gato".

Após as músicas de voz e violão da dupla Luiz Melodia e Renato Piau, o vocalista do Barão Vermelho, Roberto Frejat, entrou com banda e tudo para tocar várias faixas conhecidas de sua carreira solo e de seus discos com o grupo ícone dos anos 1980 e 1990. Com um belo jogo de luzes, som potente de bateria, baixo, guitarra, violão e teclados, o carioca empolgou a platéia, que não era pouca gente, mas deixou espaços no grande Centreventos Cau Hansen.

De suas aventuras solos, Frejat tocou rockão em "Eu Preciso Te Tirar do Sério" e embalou corações em faixas calmas como "Amor Pra Recomeçar", "Segredos" e "Dois Lados". Essa última de seu mais recente disco solitário "Intimidade Entre Estranhos", com várias parcerias como Zé Ramalho e Leoni. Como não poderia deixar de ser, o vocalista passou por sucessos do Barão Vermelho, como "Bete Balanço" e "Puro Êxtase". Ele cantou também uma da carreira solo de Cazuza, "Exagerado".

Além das canções já esperadas, Frejat tocou "Vambora", de Adriana Calcanhoto; "Mais Uma Vez", de Renato Russo; e fez uma versão bem rock para "Ainda É Cedo", da Legião Urbana. Uma composição sua com Cazuza, famosa na voz de Cássia Eller, também estava no set list: "Malandragem".

O melhor ficou para o bis, em que Frejat chamou um grande ídolo seu para o palco. Era Luiz Melodia, com seu violonista à tira colo, voltando para mostrar mais de sua bela voz. A dupla tocou cerca de três canções, entre elas, "Codinome Beija-Flor", grande sucesso em várias versões.

Além do público, que poderia ser maior, o ponto negativo do show foi a falta de um bom tratamento acústico no Centreventos Cau Hansen, como sempre foi aliás. Todos os joinvilenses que não foram perderam momentos únicos por um preço bem acessível. O que se espera é que esse povo aprenda a não desperdiçar esse tipo de oportunidade.